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Nos encontramos com Dondon, nos tempos de Helena.

Helena Theodoro nos leva para sabedoria de uma vida, vivida de momentos incríveis de troca de saberes e pertencimento. Observar quanto e como o grupo de familiares e de amigos eram ligados à cultura, à ancestral forma de ser negro em tudo e de absoluto valor, transporta-nos sensivelmente aos laços afetivos do texto, fazendo com que a felicidade preencha nosso peito e inevitavelmente seguimos à leitura. 

Tia Dulce e Dondon dançando, nos idos dos anos 1950. [Arquivo pessoal]

A diante descobrimos que esses valores guiam homens e mulheres entorno do trabalho: fosse na fábrica, na redação de um jornal, nas instituições públicas ou num campo de futebol, afirmando a representatividade de sua família negra, urbana e politizada. 

A autora se apropria da lembrança de outros Natais e de tempos idos, no seio da Tijuca e adjacências, e conta-nos alegremente: “Dondon era o grande animador das festas. Muito elegante e emperdigado dançava o miudinho como ninguém, além de riscar o salão com Santinha e as mocinhas da família, fazendo com que nos transformássemos em plumas alçadas ao vento em seus volteios e rodopios”.

Helena Theodoro na Infância,
aos 8 anos de idade. [Arquivo pessoal]

Sem falar, como sua rica história nos aproxima à ânsia das crianças estimuladas a dançar, cantar, pensar…criar e adquirir tantos conhecimentos trocados entre irmãos e irmãs, tios e tias, primos e primas e quem mais quisesse chegar.

Tudo em família. No quintal, na cozinha, nas quadras das escolas de samba – como extensão dos cômodos das casas, todos versavam à nossa intelectualidade: compunham sambas, tocavam instrumentos, os poemas refletiam nos sorrisos e nos abraços, e os temperos dos almoços aguçavam a curiosidade de saber o segredo das saborosas receitas da prima Andrelina. 

À medida que discorremos o texto, nos apaixonamos por Dondon. Quisera podermos, nos dias atuais, admirar um tio exímio animador de festa, bom de bola e bom de samba. Voltar no tempo e aprender, desde de muito cedo, a importância e a ética do quilombismo, herança histórica, que Zumbi nos deixou.

Mas, alegria continua!

Nessa dinâmica, os encontros acontecem e se retroalimentam, como lembra Helena: “aprendemos a ser irmãos e a trocar com o restante da família nossos sonhos, brinquedos e amizades. Como foram intensos os nossos encontros familiares”.

Momento da vida, que tudo que era tempo valia apena. Assim, visitar os parentes na Ilha do Governador “era uma aventura fascinante”. Em plena década de 70, “um domingo na Praia da Bica era um presente dos deuses.

Lá o pagode também estava sempre presente, além do mar, da areia, do sentido de amplitude e liberdade. Tinha musica boa, fruto da união dos compositores do Salgueiro com os da União da Ilha do Governador”. 

Encantados, assim como Helena acumulou “alegria e força” que te deram um orgulho profundo de pertencer a esta tradição cultural de origem africana, contribuímos, concluindo, que a vida não passa pura e simplesmente diante dos nossos olhos sem nos dizer e sem nos ensinar algo. As lembranças de Theodoro ressignificam nosso viver e incentiva-nos a (re)criar, espalhando amor e consciência racial, o tempo que Dodon jogava no Andaraí. Um tempo que inspirou saberes e, que, agora, no seu compasso, acreditamos “que tudo vai passar e melhores dias virão”. 

Resenha Crítica, “Nos tempos de Dondon” – Crônica de HELENA THEODORO, Site Congresso em Foco; coluna “Olhares Negros”: dezembro de 2020 | https://congressoemfoco.uol.com.br/blogs-e-opiniao/colunistas/nos-tempos-de-dondon/

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Redação

A Multiplicar atua em produção audiovisual, projetos culturais, acadêmicos e de carnaval. A equipe da Multiplicar é especializada em pesquisa de conteúdo, gestão e desenvolvimento de projetos culturais e produção audiovisual. A empresa é pioneira no desenvolvimento de pesquisa para enredo das escolas de samba, atuando com profissionais formados em História.
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